Na escuridão da noite a cidade, ao fundo, é como
o nascer do sol. Acredite, é noite.Foto: Alberto Alves
o nascer do sol. Acredite, é noite.Foto: Alberto Alves
"Quando Albertinho, nas noites de lua cheia, sai para registrar o que não vemos, nos impulsiona para dentro de uma viagem onde imagens são construídas por outra ótica. Sua sensibilidade vai além das lentes. O resultado é o mundo onde a quarta dimensão, conhecida como tempo, atua de forma distinta. O movimento do mar, do céu e da luz funde-se com o tempo para criar um outro cenário.
São 15 registros garimpados entre centenas de fotografias captadas em diferentes cenários brasileiros, como a Serra da Bocaina, o Pico das Agulhas Negras e a região de Paraty. Alberto Alves prova que é possível documentar um novo olhar sob temas que pareciam esgotados, como mar, cachoeiras, praias, rochedos e montanhas.
“O processo é um verdadeiro ritual, e tão importante quanto o resultado final. Os momentos de espera, de silêncio são muito preciosos, o contexto da busca e o resultado da imagem se fundem em uma só realidade. As fotos se compõem com uma luz incrível e, além disso, revelam lugares e cores completamente novos à minha percepção”, analisa Alberto. E ainda confidencia: “Durante o ensaio, ao esperar o revelar das imagens, pois a câmera demora cerca de um minuto para processá-las, há aquele momento sozinho. Nessa oportunidade, o tempo rompe o padrão, não é mais cadenciado pelo relógio, mas sim pelo olhar, pela atenção. É um verdadeiro exercício de estar”.
Um dos trechos do texto de Sergio Lucena sobre a exposição do Alberto dá conta de um aspecto que vai além da imagem captada pela sensibilidade do fotógrafo e suas lentes: “A natureza do objeto interpretado como fotografia depende da situação experimentada, da sua verdade, ou seja, o contexto com o qual Alberto se depara fora e dentro de si. O resultado é, pois um acontecimento, tão impossível de existir sem o contexto quanto de ser premeditado. Aspectos da realidade que se fundem gerando outra realidade, em silêncio, a qual nos diz que não é pela representação da luz que se chega à claridade, mas tornando consciente aquilo que é obscuro."
Fonte: espn.estadão.com.br/surfblog
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